Investimentos: quanto renderam em 2019?
Esse vídeo aqui serve pra você ter uma noção, pra você começar a saber o que tem por aí no mundo dos investimentos.
Já estamos no meio de 2019 e vou mostrar o quanto alguns investimentos renderam nos últimos 12 meses.
Com alguns números na sua cabeça, fica muito mais difícil do gerente do banco te enrolar.
Inflação
Antes de falar de investimento, você tem que saber o quanto você já perdeu para a inflação. Nos últimos 12 meses, ela foi de 4,39%, e a previsão é de que ela feche esse ano em 4,15%.
Isso significa simplesmente que o preço das coisas aumentou 4,39% nos últimos 12 meses.
Logo, se você deixou dinheiro parado e não investiu em nada, você perdeu poder de compra.
É como se a cada R$100 parados, você tivesse perdido uns R$ 4.
Ok, agora sim, vamos falar dos investimentos!
Renda Fixa
Tesouro Direto (Título Público)
Tesouro SELIC (vencimento em 2021) – 7,2%
O título mais basicão que existe é o Tesouro SELIC, que é o que acompanha a taxa básica de juros da economia.
A cada R$ 100 desse título comprados em julho de 2017, você teria resgatado hoje cerca de R$ 107.
Ele é perfeito para fazer a sua reserva para emergências.
Tesouro IPCA (vencimento em 2035) – 4,0%
O título Tesouro IPCA com vencimento longo (lá para o ano de 2035 ou 2045) é um exemplo que gosto muito de usar, porque ele é perfeito para a sua aposentadoria.
Atualmente, ele está rendendo 5,86% ao ano + a inflação. Ou seja, se você levar esse título até a data de vencimento, terá o valor de volta corrigido pela inflação de toooodo o período e terá ainda um acréscimo de 5,86% ao ano (que são os juros).
Comparado ao resto do mundo, isso é um ABSURDO! Europa, Estados Unidos, Japão, por lá os juros reais são zero ou até mesmo negativos. Aqui no Brasil é papo de quase 6%. Bizarro. E você não precisa ser rico, pode começar a investir nisso com R$ 30.
Só tem que tomar um cuidado: caso você tivesse precisado vender esse título antes do vencimento, o negócio não seria lá muito bom. A cada R$100 desse título comprados em julho de 2017, você resgataria hoje cerca de R$ 104.
Nesse caso, seria melhor esperar pelo vencimento do título.
E para aprender na prática a investir no Tesouro Direto, é só ver os primeiros vídeo aqui da nossa playlist (que tá aqui no card).
Fonte: Tesouro Direto
CDB (Certificado de Depósito Bancário) – 7,95%
A taxa do CDI (que é outra taxa de juros básica da economia, que está sempre colada com a taxa Selic) foi de 7,2%. Como a maioria dos CDBs é atrelado à essa taxa, é importante tê-la em mente.
No ano de 2017 não foi raro encontrar CDBs pagando 110% do CDI, o que corresponde a aproximadamente 7,95% de ganho num ano (por isso que coloquei 7,95% em destaque no subtítulo).
Mas atenção: Taxa boa dessa, é só se você investir por uma corretora de valores!! Se você deixar para investir pelo seu banco, o gerente vai te empurrar taxas bem mais baixas.
Se você pode deixar seu dinheiro parado, pensando num objetivo de 2 anos ou mais, e esse investimento pode ser uma boa.
Fontes: Calculadora do Cidadão (BCB), XP Investimentos, Sofisa Direto
Renda Variável – Ações
Agora sim vamos entrar nos investimentos mais interessantes: ações!
BOVA11 – 16%
O Índice Bovespa (IBOV), que representa as ações mais negociadas da bolsa de valores e serve como termômetro da evolução das empresas brasileiras, subiu 16% nos últimos 12 meses.
Quem quiser aproveitar essa rentabilidade pode comprar um lote de BOVA11, o que pode ser feito pelo site de qualquer corretora de valores. Atualmente, um lote desse ativo custa R$ 750.
Entrar no mundo das ações é recomendado para quem já deu os primeiros passos no Tesouro Direto e já começou a fazer sua reserva para emergências e para a aposentadoria.
IVVB11 – 32%
Já as empresas dos Estados Unidos deram bem mais alegria do que as brasileiras nos últimos 12 meses.
O IVVB11 – ETF que imita o comportamento das 500 maiores empresas americanas (representadas pelo índice S&P500) – subiu 32% no período.
E a boa notícia é que você não precisa ser milionário para investir na bolsa americana! Para comprar um lote de IVVB11 você desembolsa hoje cerca de R$ 1.114 (17/07/18). Bem tranquilo para você virar sócio do Google, Amazon, Facebook…
Tanto o BOVA11 quanto o IVVB11 são fundos de ações, chamados ETFs. São cestinhas de diversas empresas empacotadas juntas que você pode comprar pelo site da sua corretora.
Isso já é muito legal, mas agora dá só uma olhada no que aconteceu com algumas ações de empresas específicas nesses últimos 12 meses:
MGLU3 – 260%
Esse é o nome das ações da Magazine Luiza na bolsa. A gigante rede de lojas varejistas viu suas ações valorizarem mais de 2000% nos últimos 2 anos, um número absurdo, ainda mais num Brasil que passou por uma de suas piores crises econômicas.
A queridinha da bolsa realizou uma revolução em sua gestão e atacou fortemente nas vendas digitais em conjunto com pontos físicos, investimento em marketplace e uso de inteligência de dados.
Apesar da alta exorbitante, será que ainda dá para continuar subindo?
ITUB4 – 51%
Quer ser sócio do maior banco da américa latina? Para comprar um lote com 100 ações de Itaú você desembolsa hoje em dia cerca de R$4.500.
Fazendo isso em julho do ano passado, você veria suas ações se valorizarem em mais de 50%, mesmo após os recentes tombos que ela levou na bolsa.
Uma coisa especialmente interessante de ser sócio dessas empresas é que – além de aproveitar a valorização de companhias com boa gestão – você colherá dividendos ao longo do caminho.
Mas isso aí é assunto pros próximos vídeos.
Fonte: Painel de Cotações BM&FBovespa
Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura
ATENÇÃO: Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura! Os números acima estão bonitos, mas os riscos também são maiores do que na renda fixa.
Investimento bom é aquele em que você sabe o que tá fazendo e consegue botar a cabeça tranquilo no travesseiro.
O básico sobre investimentos a gente te ensina aqui, mas pra operações mais específicas, é fundamental ter o apoio de um assessor de confiança e, é claro, ir evoluindo e estudando sobre o assunto.
E já te adianto que não é nada de outro mundo.
Ok, vamos então chegando ao fim:
Fundos de Investimento
Os fundos de investimento são grandes pacotões de investimentos. Tal qual os ETFs que falei acima, eles são ferramentas úteis para, mesmo com pouco dinheiro, ter acesso a uma carteira de investimentos diversificada.
A lógica é simples: um fundo é uma grande vaquinha de investidores. Com o dinheiro de muita gente, um gestor profissional pode ter acesso a investimentos maiores e mais atraentes. Dá só uma olhada:
PQDP11 – 72%
Esse é o fundo de investimentos que é dono do Shopping Parque Dom Pedro, em Campinas/SP. Ao investir nesse fundo, você será também dono de uma cota do shopping, e como todo dono de imóvel, receberá o aluguel todo mês.
O valor da cota deu essa baita valorizada (72%), mas o interessante mesmo sobre Fundos de Investimentos Imobiliário é receber todo mês um valor de aluguel: nesse caso, cerca de 0,5% do valor investido, todo mês pingando na sua conta.
Valor de uma cota desse fundo hoje (17/07): R$2.825
Educação
Termino esse vídeo especialmente com essa seção. Não é papo: educação é um dos melhores investimentos do mundo. Investir na sua educação te faz mais produtivo, saudável, criativo e… rico. E alguns pesquisadores renomados – do Brasil e do exterior – se dedicam a calcular esses números.
Veja só:
Educação Superior – 14%
Segundo estudo de dois economistas da Fundação Getulio Vargas, concluir uma faculdade, no Brasil, pode te dar uma taxa de retorno, em média, de 14% ao ano!
Isso é bastante elevado, dado que alguns cursos são muito mais rentáveis que outros.
Educação Infantil – 15,9%
O retorno da Educação Infantil é ainda superior ao da Educação Superior: 15%. Isso mesmo: um real investido na sua creche (0 a 5 anos de idade) rende mais do que um real investido na faculdade. Pela vida inteira.
Esses benefícios perduram ao longo de toda a vida, e não consideram diversos outros benefícios sociais, como a redução da criminalidade. O estudo citado focou principalmente nos salários a serem recebidos ao longo da vida.
Essa conclusão é alinhada com o que pesquisadores internacionais encontram sobre o tema, e reforça como é benéfico que a sociedade tenha um cuidado sério com a educação de seus pequenos.
Fontes: Barbosa Filho, Pessôa (2008) e Heckman (2017)
E para 2020, no que investir?
É só acompanhar nossa série de investimentos, que vem muita coisa boa pela frente. Você vai aprender os fundamentos básicos e ver que falar de dinheiro é mais fácil do que parece.
Um abraço e até mais!
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Risco x Retorno
Quem não arrisca, não petisca
(Sua vó)
Quase todos os conceitos básicos de finanças podem ser traduzidos num ditado popular, e esse é o da vez. Para cada nível de petisco, existe um nível de risco.
Essa é a relação mais básica que todo investidor, por menor que seja, tem a obrigação de saber:
Quanto menor o risco, menor o retorno esperado.
ou
Quanto maior o retorno que você espera, maior o risco que você terá de correr.
Retorno é o quanto você ganha num investimento.
Ex.: investiu R$100 e no fim de um ano tem R$200. O retorno foi de R$100.
Risco é uma medida de incerteza. Um investimento tem risco elevado quando você tem muita incerteza sobre onde o preço dele vai parar. O risco é baixo quando o pagamento é muito previsível.
Teste #1: Você pagou R$100, qual opção você prefere?
- Ter 10% de chance de ganhar R$1.000 (e 90% de chance de não ganhar nada)
- Ter 100% de chance de ganhar R$100
Resposta correta:
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Não existe resposta correta!
Inclusive as duas opções têm a mesma esperança de ganho: R$100. Veja só:
- 10% de 1.000 + 90% de 0 = 100
- 100% de 100 = 100
Fica tranquilo com as continhas. Foi só uma figura para ilustrar uma coisa:
Existem diferentes níveis de risco
Se você é mais conservador, prefere a opção B.
Se está afim de arriscar, pode abrir mão do que é mais garantido na opção B e apostar na opção A.
E não é apenas uma questão de “estar afim de arriscar”. Mas de se você tem segurança para aguentar um cenário ruim.
Teste #2: Para quem você emprestaria?
Imagine só: dois amigos seus estão precisando de R$1.000 cada um, por motivos pessoais que você não quis perguntar. Ambos prometeram te pagar mês que vem.
- Um deles, Ananias, é um cara tranquilo, quase não gasta com cerveja, tá terminando a faculdade, mas sabe como é… gastou um pouco demais no mês passado. Você confia no Ananias. Você confia tanto que nem cobraria juros, ficaria bem de boa.
- Já Bernardo é bem seu amigo, vocês sempre tão juntos nas festas, mas… você sabe que ele é um cara descontrolado. E que ele acabou de sair do emprego. E que ele tem fama de “esquecer” de pagar. Inclusive você lembrou que ele tá te devendo!!
Ficou óbvio que dá menos dor de cabeça emprestar para o Ananias (opção A).
– Ok, eu te pago 1500 no mês que vem! – te diz Bernardo (opção B).
Tá certo que você não é agiota e que isso é ilegal, mas… a oferta agora ficou um pouco mais tentadora. Vai que ele paga mesmo? Você ganha 500 daqui a um mês.
Apesar da oferta: será que ele vai te pagar? Emprestar para o Ananias ainda é uma opção menos arriscada.
O mecanismo dessa regra: princípio da não arbitragem
Imagine dois investimentos: A e B. Você deposita R$50 hoje, e qualquer um dos dois promete te pagar R$100 daqui a um ano. Só que A é muito mais arriscado que B.
Qual você vai? Óbvio que o menos arriscado: B!
Só que você não é o único esperto: todo mundo escolhe o B.
O vendedor desse investimento, vendo que todo mundo escolhe B, pode falar:
“Eu tô cobrando barato. R$50 e todo mundo quer investir em mim. Vou aumentar o preço pra R$70!”
E as pessoas continuam comprando muito! E o vendedor do investimento pode continuar aumentando o preço, até que as pessoas fiquem indiferentes entre consumir A ou B.
Afinal de contas, A é mais seguro, mas agora paga pouco. B é arriscado, mas paga muito.
E essa é uma ilustração do princípio da não arbitragem. Mas você não precisa gravar esse nome, é só uma curiosidade que economista gosta de contar.
O que você precisa entender é que:
- Cada investimento tem um risco diferente,
- Quanto maior o retorno que você espera, maior o risco que você terá de correr,
- Você precisa dormir tranquilo com o risco que você assumiu, e
- Quando a esmola é demais, o santo desconfia
Na prática: o que isso influencia na hora de escolher onde investir?
“Então vou colocar tudo em coisas com pouco risco! Quem é louco de correr risco?”
Não! Claro que não. Risco é bom.
“Então escolho algo arriscado?”
Não! Não só. A gente mistura os dois. Se só colocar em coisa de pouco risco, vai perder boas oportunidades de crescer. Se colocar tudo em investimentos arriscados, você provavelmente não vai aguentar o tombo quando eles derem errado.
A idéia é que a sua carteira de investimentos tenha investimentos conservadores (pouco risco) e uma parte de investimentos arrojados (muito risco).
Uma dieta equilibrada tem que pôr tudo no prato: Feijão, arroz, carne e salada.
Tipos de Risco
Esses são os principais tipos de risco que você tem que ter conhecimento:
Risco de Crédito
É o risco de emprestar dinheiro e levar um calote.
Risco de Mercado
É o risco de variações dos preços no mercado. Preços de ações (variação de valor das empresas), preços de títulos (ou seja, variação das taxas de juros), preços de moeda (câmbio), preços das coisas que você consome (inflação).
É o risco que você mais vai perceber quando estiver investindo em ações. (Sim, você vai investir em ações!!!).
Risco de Liquidez
É o risco de você não conseguir vender um ativo assim que quiser. (Ou seja, de não conseguir se desfazer de um investimento quando precisa de grana).
É por causa desse risco que comprar um imóvel – pensando como um investimento – é um tiro que pode sair pela culatra. Especialmente em crises, quando todo mundo precisa de dinheiro, vender um imóvel às pressas pode te levar a grandes perdas.
Quem tem pressa de vender um imóvel pode terá que abaixar muito o preço do imóvel até que apareça alguém afim de comprá-lo.
Risco de investir sem conhecer os riscos
Esse é um risco que pouca gente comenta, mas é um dos piores. Ok, você não precisa ser o profissional de finanças, só tem que se fazer algumas perguntas:
Quanto eu posso ganhar? Quanto eu posso perder?
Esses pagamentos fazem sentido quanto ao resto do mercado? Desconfie de propostas mirabolantes.
De onde vem o rendimento desse meu investimento? Dinheiro não sai da cartola. Se você investe em ações de uma empresa, por exemplo, é interessante saber o que essa empresa faz da vida.
Enfim, dê um google no que você vai investir, coisa simples, não precisa muito.
Como diminuir os riscos?
Não coloque todos os ovos no mesmo cesto
(Sua avó, de novo)
Não to dizendo? O mundo das finanças é cheio de ditados populares. Uma das formas mais comuns de diminuir os riscos é diversificando seus investimentos. Assim, a perda de um tipo de investimento pode ser compensada com o ganho de outro investimento.
E como dissemos anteriormente, misturar investimentos de diferentes níveis de risco é essencial pra fazer uma carteira de investimentos parrudona.
Um exemplo simples de carteira de investimentos
Ok, vamos finalmente a um exemplo comum, razoável, de como montar seu investimentos do zero:
Comece fazendo uma reserva em renda fixa bem conservadora. Vá juntando dinheiro em Tesouro IPCA para a sua aposentadoria e Tesouro SELIC para a sua reserva de emergências.
Quando juntar alguma grana: digamos, R$10.000, comece a investir em ETFs ou ações de empresas consolidadas.
E então uma proporção razoável numa carteira de investimentos seria:
60% em baixo risco: Renda Fixa conservadora, como o Tesouro Direto;
35% em médio risco: Renda variável, como ETFs, fundos multimercado e ações de empresas consolidadas;
5% em alto risco: Renda variável, como operações de curto prazo com ações, operações estruturadas com opções.
Isso não é uma regra, foi só para te mostrar um exemplo razoável.
Não entendeu lhufas?
Relaxa! Foi só para dar uma palinha sobre esse mundo dos investimentos. Nos próximos posts a gente explica esses conceitos com muito mais detalhes e exemplos práticos.
Até mais!
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Renda Fixa x Renda Variável x Fundos de Investimento
O mundo das finanças é uma grande lojinha que só tem três seções:
- Renda Fixa
- Renda Variável
- Fundos
É mais fácil investir do que fazer compras de mês! Ok, exagerei, mas o básico de finanças não tem muito mistério.
E esses três conceitos vão ficar perfeitamente claros na sua mente agora.
Vamos lá!
Renda Fixa
É o tipo de investimento cuja rentabilidade é especificada no momento da aplicação
Investir num título de renda fixa quer dizer simplesmente que você está emprestando dinheiro para alguém.
Quando você compra um Título do Tesouro Direto isso quer dizer – pura e simplesmente – que você está emprestando dinheiro pro Governo Federal. Quando você investe num CDB, LCI ou LCA, você está emprestando dinheiro para um banco. Quando você investe numa Debênture, você está emprestando dinheiro para uma empresa.
Você entrega o dinheiro e em troca recebe um título, que é uma promessa de pagamento para o futuro. Antigamente se recebia um papel todo pomposo, falando que você daqui a algum tempo iria receber alguma coisa. Hoje em dia é tudo eletrônico, você só precisa do seu computador (ou mesmo celular).
Você vai saber muito mais sobre esse tipo de investimento no próximo capítulo.
Principais Riscos: Risco de Crédito (risco de calote), Risco de Liquidez (risco do dinheiro estar preso)
Renda Variável
São investimentos cuja remuneração não pode ser dimensionada no momento da aplicação
Exemplos de investimento em Renda Variável: Ações, Derivativos (opções, contratos de mercado futuro), Ouro, Moeda (dólar, euro), Cotas de Fundo de Investimento Multimercado, Cotas de Fundo de Investimento Imobiliário (FII), …
Ou seja, imagine o momento em que você aplicou o seu dinheiro comprando uma ação.
Nesse momento, você não tem como prever o dia de amanhã. A sua ação pode subir e você ficar rico, pode ser que ela cresça aos poucos, pode ficar na mesma, ou pode inclusive despencar e você perder tudo. Ou seja,o valor do seu investimento pode variar a todo momento. Por isso que o nome é Renda Variável.
Na Renda Fixa, você sabe certinho tudo o que ia acontecer. Você sabe se a sua aplicação ia ser corrigida pela inflação, pela taxa Selic, ou se teria uma taxa fixa. Aqui não. Essa é a diferença para a Renda Variável.
A comparação então, também é óbvia: Renda Variável, geralmente, é mais arriscada que Renda Fixa.
Principais riscos: Risco de mercado (risco de variação desfavorável dos preços), Risco de Liquidez (risco de não conseguir se desfazer do investimento)
Fundos de Investimento
Um fundo é um monte de dinheiro junto. É uma enorme vaquinha.
Um fundo de investimentos é uma reunião de recursos de várias pessoas que se juntam pra investir. Cada um coloca um dinheiro ali e investem juntos. É um condomínio de investidores.
Alguns fundos podem juntar renda fixa e renda variável num pacote só!
Assim, comprando uma simples cota de fundo, você pode investir – ao mesmo tempo – em um prédio, na bolsa de valores, em dólar, ouro, boi, enfim! As possibilidades de combinação são infinitas!
Tudo depende das regras do fundo que você escolher.
Ou seja: ao investir num fundo você consegue diversificar seus investimentos, e assim, muitas vezes consegue diminuir o risco da sua carteira de investimentos.
Principais riscos: Risco de mercado (risco de variação desfavorável dos preços), Risco de má gestão (risco do gestor do fundo não escolher os melhores investimentos adequados ao perfil de risco do fundo), Risco de Liquidez (risco de não conseguir resgatar a cota do fundo no momento em que deseja)
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Renda Fixa – O que é CDB, CDI, LCA, LCI, SELIC, IPCA?
É hoje que a gente começa a falar a mesma língua de uma vez por todas!
Eu poderia passar batido e só falar de quanto você vai ganhar no fim das contas. Mas pra evitar que alguém te enrole falando de CDB, CDI, LCA, LCI, SELIC, IPCA, é melhor você assitir esse vídeo. Enfim, vamos resolver logo essa tal sopa de letrinhas.
Índice de Inflação
IPCA: Índice de Preços ao Consumidor – Amplo. Esse é o termômetro oficial do aumento dos preços no Brasil, medido pelo IBGE. Basicamente, todo mês os funcionários do IBGE fazem uma enorme pesquisa de preços nos mercados das principais cidades do Brasil e conferem o quanto os preços subiram. O IPCA fechou o ano de 2017 a 2,88%.
Taxas de Juros
Taxa SELIC: Taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É a taxa básica de juros da economia, estipulada pelo Conselho de Política Monetária a cada 45 dias. A meta para essa taxa, atualmente (07/02/2018), é de 6,75% ao ano.
Taxa do CDI: Taxa dos Certificados de Depósito Interbancário. É a taxa dos empréstimos feitos entre bancos. O importante de saber sobre essa taxa é que ela está sempre um pouquinho abaixo da taxa Selic. Hoje (27/02/2018) ela está em 6,64% a.a.
Nomes de alguns títulos de Renda Fixa
CDB: Certificado de Depósito Bancário. É você emprestando dinheiro para um banco.
LCI: Letra de Crédito Imobiliário. É você emprestando dinheiro para um banco que financia o setor imobiliário.
LCA: Letra de Crédito do Agronegócio. É você emprestando dinheiro para um banco que empresta para alguém do agronegócio.
Tesouro Direto: É o programa de compra e venda de títulos do Governo Federal (ou seja, de títulos públicos). Você empresta dinheiro ao governo, que usará esse dinheiro para financiar os seus gastos.
Estamos conversados? Então vamos logo para o próximo vídeo!
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O que são ações? O que é uma empresa?
Hoje vou falar da principal representante da Renda Variável: as ações!!!
Mas para entender o que é uma ação, antes você precisa entender o seguinte:
O que é uma empresa?
É a união de pessoas, materiais e quaisquer outros fatores produtivos a fim de produzir um bem ou prestar um serviço.
Exemplo 1:
Eu e você queremos vender limonada. Eu sou ótimo em espremer limões, e você é ótimo(a) em vender: se nós nos juntarmos provavelmente formaremos uma ótima equipe, muito melhor do que se estivéssemos separados! Vamos ser sócios!!!
Ok, e o que precisamos? Limões, faca, um espremedor, uma barraca, jarra, copos, troco pra deixar no caixa…
Digamos que tudo isso custa uns R$ 1.000. Ok. Vamos rachar isso aí meio a meio. E como “o combinado não sai caro”, já vamos combinar logo como rachar os lucros: metade pra mim, metade pra você, ok? Ok.
Pronto! Temos uma empresa! Repare:
- Investimento: R$ 500 + tempo de trabalho
- Retorno: Incerto. Será que vai ser um sucesso? Ou será que vamos perder os R$500?
Exemplo 2:
Você teve uma grande genial!! Fazer uma empresa que ensina programação pras pessoas pela internet ou pelo celular. Você até entende um pouquinho do assunto e tem bons contatos, mas a Carol…
A Carol é uma gênia! A Carol sabe todas as linguagens de programação do mundo, e se amarra em ensinar. Você deu a ideia pra ela e olha só! Ela não só adorou como chamou mais uma amiga (de nome Dani).
Temos aí uma sociedade composta por 3 sócios(as): Você, Carol e Dani.
Vocês três se reuniram e decidiram: vamos os(as) três trabalhar 6 horas por dia nesse projeto e fazer o melhor site do mundo, e vamos cobrar x reais de cada um que fizer o curso. Como foi você que deu a ideia e alguns bons contatos, resolveram fazer a seguinte divisão: 40% dos lucros vão pra você, 30% para Carol e 30% para Dani.
Diferentemente das limonadas, vocês não precisam de nada para começar: apenas suas mentes, seus conhecimentos e seus computadores.
Pronto! Temos uma empresa! (Mais uma start-up de tecnologia para revolucionar o mundo!)
- Investimento: 6 horas de trabalho por dia e energia elétrica
- Retorno: Se não der certo, você terá perdido tempo e oportunidades. Se der certo, você pode ganhar um bom dinheiro.
Pronto, está definido o que é uma empresa. Agora fica fácil responder a próxima pergunta:
O que são ações?
Ações são cotas de uma empresa.
Cotas = pedaços = partes = fatias.
Simples assim. Pronto, acabou o mistério. Da maior até a menor empresa. Uma ação é isso.
No exemplo da limonada, temos uma sociedade de duas pessoas: eu e você. Nós fundamos a empresa colocando R$ 1.000, e chamamos isso de capital social da empresa. Se a empresa tiver apenas duas ações, aí temos: uma ação é minha e uma ação é sua.
Imagine que agora eu quero vender essa minha parte na empresa. Isso mesmo, eu quero vender a minha ação. Nossa empresa só tem um mês e está dando muito certo, tá todo mundo gostando. Resultado: achei uma pessoa que quer comprar essa minha ação por R$ 700.
Fiz um bom negócio! Investi R$ 500, vendi a ação a R$700: lucro de R$200! Ou seja, retorno de R$200÷R$500 = 0,4 = 40% em um mês!
E minha ação agora tem um preço no mercado: vale R$700. E isso pode variar ao longo do tempo. Se a empresa prosperar, ela pode aumentar. Se a coisa começar a dar errado, esse valor pode diminuir.
No exemplo 2, da empresa de tecnologia, imagine que temos 10 ações. Assim, 4 serão suas, 3 são da Carol e 3 são da Dani.
Olha aí a coisa óbvia de novo: cada um recebe de acordo com a quantidade de ações que tem. Para que você receba 40% do lucro, é necessário que você tenha 40% das ações. Simples, não?
Se você tivesse 1% das ações… receberia 1% do lucro. E assim vai.
Mas voltando ao exemplo, a sua empresa é um sucesso!!! As pessoas estão aprendendo a programar várias linguagens em todos os lugares. O preço é atrativo e o seu serviço é ótimo, parabéns!
Esse sucesso todo faz parecer que a empresa vai continuar crescendo! Vai decolar! E isso atrai muita gente que quer investir em vocês. Gente que não só quer emprestar dinheiro para a sua empresa… Eles querem mais. Eles querem crescer junto com vocês: eles querem se tornar sócios.
A proposta é: um grande investidor quer colocar R$ 1 milhão na empresa. Vocês decidiram então uma nova organização nessa sociedade. Ela passa a ser dividida em 100 ações:
- Você: 30 ações
- Carol: 25 ações
- Dani: 25 ações
- Grande Investidor: 20 ações
Assim, vocês ofereceram 20% da empresa a esse grande investidor a um preço de R$ 1 milhão. E ele aceitou! Ou seja, se 20% (um quinto) da empresa vale R$ 1 milhão, quanto vale 100% da empresa (a empresa inteira)?
Faz sentido pensar que ela agora vale R$ 5 milhões. E assim, também faz sentido pensar que cada ação vale R$ 50.000 (pois 1% de R$ 5 milhões = R$ 50.000).
Você começou a empresa do zero. Agora você tem um patrimônio em ações que equivale, hoje em dia, a R$1,5 milhão! (Pois 30 ações x R$ 50.000 = 1.500.000).
O investidor: Renda Fixa x Renda Variável
Aqui vai mais uma diferença simples e muito importante. Imagine esse grande investidor que quer colocar R$ 1 milhão nessa empresa. Há duas situações possíveis:
- Ele empresta dinheiro para a empresa: ou seja, ele investe numa debênture (um título de Renda Fixa) e se torna um credor da empresa.
- Ele compra ações da empresa: ou seja, ele investe em ações (um título de Renda Variável) e se torna um acionista da empresa.
E aí, o que é melhor? Ser credor ou acionista? Novamente, depende. Depende das remunerações, das expectativas para o futuro, e do conforto tanto da empresa como do acionista.
Apesar da minha resposta totalmente inconclusiva pra esse ponto, o importante para saber aqui é: há duas maneiras de se apoiar uma empresa.
E é isso! Agora você sabe o que são ações
Mas pera lá! Eu sei que isso foi muito pouco e que você quer saber mais. Mas vamos por partes. Mais pra frente, quando falarmos de renda variável, vou te falar das empresas que estão na bolsa de valores: são as Sociedades Anônimas (ou S.A.), como você pode comprá-las e quais as maneiras de ganhar dinheiro com isso.
Dúvidas? Sugestões? Te despertei a vontade de saber mais sobre algum outro tema? Fala aqui nos comentários, que a gente dá um jeito nisso.
Um abraço e até mais!!
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