Gratuidades e prazos menores de repasse são as novas armas na disputa por novos clientes

Na disputa acirrada por novos clientes, as empresas credenciadoras de cartões estão reduzindo não só o valor das taxas das operações como também o prazo de repasse do dinheiro das vendas.

No começo deste mês a GetNet, empresa credenciadora do Santander, unificou as taxas das operações de débito e crédito à vista (uma parcela). No entanto, a ação mais ousada foi anunciada semana passada pela Rede.

A credenciadora do Itaú anunciou que irá cobrar taxa zero na antecipação de recebíveis das compras com cartão de crédito à vista e com o repasse sendo feito em dois dias úteis.

A condição é que a empresa tenha faturamento de até R$ 30 milhões ao ano e tenha conta no Itaú. As demais taxas não foram alteradas e a medida não vale para compras parceladas.

A concorrência não deixou por menos.

O SafraPay, do banco Safra, também anunciou taxa zero, desde que o lojista tenha faturamento de até R$ 50 mil por mês. A empresa afirmou que a isenção será tanto para as compras pagas com cartão de crédito à vista quanto no parcelado.

Já o PagSeguro, do grupo UOL, anunciou que irá liberar o dinheiro da venda em até uma hora, com taxa diferenciada da liberação normal (30 dias). A medida valerá para todas as operações (débito, crédito à vista e parcelado), inclusive nos finais de semana e feriados.

A Cielo, líder de mercado, deverá contra-atacar. O mercado aguarda o anúncio de novos benefícios para seus clientes ainda esta semana.

Não existe almoço grátis

Após isentar os lojistas do aluguel das máquinas, este é o novo capítulo na busca por mais espaço em um mercado tão competitivo. No entanto, alguns analistas alertam que estas medidas podem comprometer as margens de ganho das empresas.

“É pouco provável que esse tipo de instituição ofereça algum serviço de graça, sem compensar com alguma outra tarifa” — avalia Augusto Lins, presidente da ABIPAG (Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos) em entrevista ao jornal O Globo.

No dia seguinte ao anúncio das medidas, as ações das empresas do segmento registraram queda, tanto no Brasil quanto nos EUA. A Cielo caiu 3,7%, enquanto Stone e PagSeguro (ambas com ações na Bolsa norte-americana) registraram queda de 23,7% e 9,7%, respectivamente.

A queda se deve ao receio dos investidores de que haja uma redução da margem de lucro das empresas.

De olho em tudo isso, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), pediu explicações ao Itaú sobre o anúncio das medidas. Há o temor de que se trate de uma manobra para dominar o mercado e depois cobrar taxas maiores para compensar a operação.

Alguns analistas também interpretaram a medida como parte de uma estratégia para impedir o avanço das fintechs, empresas de tecnologia para o setor financeiro, que vem crescendo de maneira consistente.

Vamos aguardar os próximos capítulos da “guerra das maquininhas”.

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