Muitos pais já sabem que educação financeira é um assunto a ser tratado desde cedo com as crianças. Quanto antes elas aprenderem a gerenciar seu dinheiro, mais cedo se tornarão livres financeiramente. Uma coisa é certa: frases como ”eu quero” e “compra pra mim” são aprendidas rapidamente por todos elas. Mas qual é o momento certo e a partir de que idade elas já compreendem sobre o valor do dinheiro? 

Primeiramente, vamos definir dinheiro como sendo uma ferramenta que você usa para conquistar conforto, realizar sonhos, ter segurança e liberdade. Só faz sentido querer ganhar dinheiro, se você tiver metas e sonhos a realizar. Metas bem definidas farão com que você se sinta motivado, todas as manhãs, a levantar e trabalhar para alcançá-las. Assim, realizar sonhos está ligado a ter uma boa gestão financeira.

Falar com a criança sobre dinheiro é falar com ela sobre comportamento. Vivemos num mundo consumista e as crianças estão expostas aos apelos de compra que chegam por todos os lados. Desde cedo elas observam e imitam o comportamento de seus pais ou responsáveis, portanto, lembre-se que suas atitudes são observadas sempre que elas estiverem por perto. Vamos às dicas:

1. Leve a criança às compras

Muitas pessoas acham que ir com crianças ao mercado é um gasto extra na certa. Por outro lado, essa é uma grande oportunidade de ensiná-los a planejar. Os pequenos pedem coisas o tempo todo, porque ainda não entendem que as coisas têm um valor. Por exemplo, as crianças acima de 4 anos já sabem contar e já podem ajudar. Em casa, sente com ela e façam juntos a lista do que precisa ser comprado. Ela pode te dizer o que vocês já têm na despensa e você anota o que precisa comprar. Quando possível, deixe que a criança escolha uns dois produtos para colocar na lista, e claro, sem que você saia do valor planejado para gastar. Você pode permitir que no mercado haja troca de um produto por outro, contanto que tenham valores parecidos e atendam à mesma necessidade de compra. Para crianças maiores, que já podem ficar fora do seu campo de visão, experimente dar uma parte da lista de compras para que coloquem os produtos no carrinho. Se quiserem algo que esteja fora da lista, explique que numa próxima ida ao mercado aquele item pode fazer parte da lista, mas naquele momento não foi planejado para ser levado. É importante que você explique para ela o motivo das compras negadas. E vale a regra: SEJA FIEL À SUA LISTA DE COMPRAS. Depois de algumas idas ao mercado, você pode dar a criança um valor em espécie, para que ela gaste como quiser, dando a ela o poder de escolha. Você pode se surpreender ao ver como se tornam seletivas quando o dinheiro é “delas”. 

2. Entra um, sai um – ensine o desapego

A criança precisa entender que as coisas que não têm mais utilidade para ela, seja porque não serve mais ou porque ela não brinca mais com aquele brinquedo, são coisas que ela pode doar. Você pode dar o exemplo. Separe um dia mais tranquilo, olhem juntas os guarda-roupas e tirem algumas peças que estão sem uso. Aproveite a oportunidade para conversar com as crianças, que as coisas doadas precisam estar limpas e em bom estado de uso e, talvez, permita que elas mesmas entreguem as doações. Nessa olhada nos armários, você pode descobrir coisas que talvez possam ser vendidas. Aproveite para ensinar as crianças maiores que o que pode ser vendido pode ser transformado em algo que elas queiram comprar. Acumular é um desperdício de tempo e dinheiro, portanto use a regra: cada item novo que entra no armário, precisa que um outro seja retirado.  

3. Dê a semanada 

Para a criança entre 7 e 12 anos, dê um valor semanal, se isso couber no seu orçamento. Explique que ela tem que gastar aos poucos, porque não receberá nada pelos próximos 7 dias. Se ela gastar tudo no primeiro momento, deixe-a sem dinheiro, para que ela entenda o valor que existe para ganhá-lo. Permita que ela gaste o dinheiro como quiser e receba as consequências das suas escolhas. E qual o valor devo dar? Aquele que cabe no seu bolso e atende a realidade da sua família. Atenção: essa semanada nada tem a ver com dinheiro dado para a compra do lanche e não deve estar atrelada a tirar boas notas ou a arrumar o quarto. Esses são deveres de todos da casa e não devem ser remunerados.

4. Renda extra para atingir metas

Se você já tem um adolescente(acima de 12 anos), defina metas de médio a longo prazo, como por exemplo, fazer a viagem de formatura, e incentive que ele faça diferentes tarefas em casa ou na vizinhança e receba um valor por isso. Lavar um carro, limpar um jardim, levar pets para passear são tarefas que podem ser combinadas e remuneradas. Esse valor pode ser acertado mensalmente, assim o adolescente já começa a se preparar para a vida adulta, onde é preciso “criar valor” para se realizar sonhos.

5. Explique sempre e ensine a poupar

As crianças são curiosas e querem saber tudo. Você precisa dar respostas claras. Se a criança te pedir algo que você não pode dar, explique a ela o porquê. Se for porque aquele gasto não cabe no seu orçamento, diga que naquele momento não será possível e aproveite para propor que ela poupe para, no futuro, fazer a compra do que deseja. Se você pode comprar, mas acha que não é necessário, explique também o porquê, como, por exemplo, que ela já tem algo semelhante.

Enfim, as crianças de zero a 12 anos funcionam como gravadores e registram tudo o quê e como  fazemos. Estão abertas para aprender, o que nos torna ainda mais responsáveis. Aqui está o  grande segredo: ensine a criança a sonhar, a desenhar o que deseja, fixe esses desenhos em lugares que ela possa olhar sempre e a cada conquista, por menor que seja, vibre e comemore com ela. O sonho de uma criança pequena é pequeno como ela e isso o torna possível de realizar. À medida que crescem, seus sonhos vão se tornando maiores e nem todos darão certo e, tudo bem, hora de repensar as estratégias. Aqui é que os sonhos farão a diferença, pois cada família sonha diferente e deve priorizar o caminho que os leva a realizar esses sonhos!

A Comunidade JB está aberta e te esperando, para juntos alcançarmos metas. Acesse: https://bemestar.jurosbaixos.com.br/comunidade 

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