Nos últimos anos, a chamada “inflação do aluguel” teve forte alta e levou muitos proprietários e inquilinos a renegociar a correção dos contratos de locação de imóvel. De outro lado, o aumento dos juros do financiamento também fez muitas famílias adiarem a tão sonhada aquisição da casa própria.

Mais do que nunca, a dúvida entre o aluguel e compra de imóvel está no centro das preocupações dos casais, mas a decisão vai além do custo mensal no orçamento doméstico e deve levar em consideração um conjunto de fatores que abordaremos em detalhes neste artigo.

Saiba em que situações o aluguel pode ser mais vantajoso que o financiamento e como você pode se preparar para ter o seu próprio imóvel, sem correr o risco de assumir uma dívida maior do que suas condições de pagamento.

Custo de moradia sobe nas principais cidades do país

É inegável que morar em um imóvel próprio e investir em um bem que pode ser transmitido por várias gerações é o sonho de muitos casais que estão começando a constituir uma família e se perguntam qual é o melhor momento de encarar um financiamento imobiliário.

No entanto, ao contrário do que muitos imaginam, o aluguel também pode ser uma opção interessante, especialmente em períodos de forte aumento de juros e de custos de construção.

Após a pandemia, um dos efeitos imediatos dos incentivos monetários e fiscais realizados pelos governos ao redor do mundo foi a disparada da inflação, fazendo subir os preços de praticamente tudo, desde alimentos e combustíveis até o custo de moradia.

Uma coisa é certa: viver nas principais cidades do país está mais caro, principalmente nas regiões centrais, que costumam registrar maior demanda, por oferecer melhor infraestrutura urbana e segurança pública. 

Dados da Fundação Getúlio Vargas mostram que o índice geral de preços de mercado (IGP-M), que serve de base para a correção dos preços de aluguéis, saltou desde o fim da pandemia de Covid-19, chegando a atingir dois dígitos de aumento em 12 meses.

Pelo lado do financiamento não foi diferente. A disparada dos preços obrigou o Banco Central a elevar a taxa Selic, que serve de referência para os juros de empréstimos e financiamentos, encarecendo a aquisição de imóveis a prazo.

Diante desse cenário, qual é a melhor opção: alugar ou financiar? Na verdade, a decisão deve levar em conta uma série de fatores.

Custos do aluguel

No caso do aluguel, o grande problema que muitas famílias enfrentam é a questão do fiador ou a contratação do seguro-aluguel, exigido pela maioria das imobiliárias. Além disso, é preciso ficar de olho no índice de correção do contrato de locação, que costuma ser o IGP-M. Nos últimos anos, ele subiu mais que o IPCA, indicador oficial de inflação no país. 

Outro fator de custo que costuma ser repassado para os inquilinos é o IPTU, um imposto que, dependendo da região, costuma ser muito elevado. Isso sem falar em outras taxas, como condomínio, e melhorias necessárias para que o imóvel atenda às necessidades de cada família.

Custos do financiamento

No financiamento, o grande ponto de atenção é a taxa de juros, já que o valor do imóvel muitas vezes é parcelado em mais de trinta anos. Quando os juros estão altos, o preço da parcela fica mais “salgado” e pode pesar no orçamento familiar.

No caso de um imóvel adquirido na planta, o proprietário precisa ficar atento aos custos durante a fase de construção. O valor das parcelas nesse período é corrigido pelo Índice Nacional de Custos de Construção (INCC). É muito comum que a prestação dobre de valor devido ao aumento dos preços dos materiais de construção, que é repassado pelas incorporadoras aos clientes.

Além disso, ao contrário do que costuma acontecer no aluguel, o imóvel novo não vem com mobílias e precisa ser reformado, com instalação de pisos, azulejos, aquecedor a gás, box, móveis planejados, etc. São custos que devem entrar na conta do casal, além do financiamento.

É preciso se preparar para adquirir uma casa própria

O financiamento de um imóvel novo precisa ser cuidadosamente planejado, colocando na ponta do lápis todos os custos mencionados. E, até que o momento ideal chegue, o aluguel de um imóvel menor e mais em conta, localizado numa região com menor custo de vida, pode ser a melhor opção para quem está se preparando para a aquisição da casa própria.

Escrito por: Costa Norte

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