Os consecutivos reajustes da taxa básica de juros Selic, que chegou a 13,75% ao ano no dia 3 de agosto, aumentaram os custos do financiamento imobiliário. Apesar disso, a comercialização de imóveis residenciais novos em São Paulo registrou crescimento de 7,2%, segundo dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais (Secovi-SP). A contradição causa dúvidas para quem tem interesse em comprar ou vender um imóvel.

A pesquisa realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP mostrou que, no período entre julho de 2021 e junho de 2022, foram vendidas 69.065 unidades residenciais na capital paulista. No intervalo anterior, entre julho de 2020 e junho de 2021, o total foi de 64.455. 

Mesmo com o aumento na comercialização, o levantamento identificou queda de 4% no Valor Global de Vendas (VGV). Entre julho de 2021 e junho de 2022, o montante acumulado foi de R$ 34,8 bilhões, enquanto no período anterior chegou a R$ 36,3 bilhões. O indicador sinaliza a redução de preços nos imóveis, fator que pode servir de motivação para quem deseja comprar apartamento em São Paulo.

Para identificar se é o melhor momento de adquirir ou colocar um imóvel à venda, representantes do setor orientam realizar uma avaliação que considere não só o momento econômico, mas também questões pessoais, como os objetivos para o futuro e a capacidade financeira.

Como identificar a hora de comprar um imóvel

O planejamento financeiro é uma das principais etapas para quem pretende adquirir um imóvel. A Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) destaca que a compra é um compromisso de longo prazo e, por isso, deve ser conversada com toda a família.

Após definir os objetivos para o futuro, que podem envolver aumentar a família, comprar um veículo ou trabalhar em outra cidade, por exemplo, é preciso avaliar qual tipo de imóvel irá atender a demanda do comprador. 

A Abefin alerta sobre a necessidade de considerar, ainda, os custos de vida da região onde se pretende morar e os gastos com a futura casa, como móveis novos, condomínio e taxas. Após essa avaliação em conjunto, a família deve poupar recursos para a compra.

A avaliação do cenário econômico é posterior da análise das questões pessoais e do planejamento financeiro. Os juros mais altos encarecem o financiamento imobiliário, mas a queda de preços dos imóveis pode ser uma oportunidade para a compra. 

Para saber se é a hora certa de fazer negócio, a recomendação é analisar qual valor já se tem em mãos e realizar uma pesquisa de mercado para identificar as ofertas de imóveis e, consequentemente, as melhores oportunidades.

Como saber o melhor momento para a venda

O contexto econômico também interfere nas vendas, afinal, reflete diretamente na oferta e na procura. Mas, além do cenário atual, é preciso considerar as projeções para o setor imobiliário. Isso porque há um tempo de espera para fechar negócio. A Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) estima um prazo médio de um ano e quatro meses.

As projeções para o mercado imobiliário são de aquecimento. De acordo com o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a alta da Selic tem como objetivo reduzir a inflação. Com a queda do índice inflacionário e, posteriormente, dos juros, a tendência é um movimento de aumento da oferta e da demanda por imóveis.

Dessa forma, o melhor momento para divulgar a venda de um imóvel é aquele em que o proprietário enxerga essa necessidade. Afinal, levará um tempo para concluir o negócio. O contexto de redução de preços pode ser uma oportunidade de vender mais rápido, já que o aquecimento do mercado promove uma maior concorrência.

Escrito por: plantaodoslagos

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