O Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a Selic em 13,75% e encerrou o ciclo de alta de juros depois de 12 aumentos seguidos. Apesar de boa parte do mercado já esperar a decisão, alguns analistas ainda esperavam um aumento de 0,25 p.p., conforme sinalizado pelo Banco Central do Brasileiro (BC) na última reunião, do dia 22 de setembro.

Contudo, com o atual cenário da Selic, a renda fixa ainda continua com rentabilidade interessante para um futuro próximo, pelo menos até o início da queda da taxa de juros.

O Copom ressaltou na noite de quarta-feira (22) que o combate à inflação ainda é uma tarefa árdua e que “não hesitará” em retomar o ciclo de alta nos juros se julgar necessário. 

Por isso, o comitê disse que a Selic em 13,75% é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante“, que inclui o ano de 2023 e, em menor escala, o de 2024.

Qual é a visão dos analistas?

A princípio, investimentos de renda fixa prefixados podem soar como boas opções nas proximidades do final do ciclo de alta da Selic. Por outro lado, ainda não chegou o momento de aumentar a posição, apenas manter, dadas as incertezas presentes no radar.

Especialistas do mercado afirmam que todo o cuidado é pouco e que, apesar de parecer ainda um bom cenário para investimentos em renda fixa, deve-se manter o olho na dinâmica global. A taxa de juros nos Estados Unidos, por exemplo, faz mais preço do que a eleição no Brasil.

Portanto, vale a pena alocar mais dinheiro em investimentos pós-fixados atrelados ao CDI. Na sua carteira, esse tipo de investimento deve representar a maior parcela. 

Por outro lado, posições em títulos atrelados à inflação também são uma boa opção, mas em menor percentual. 

Fundos imobiliários, também podem ganhar mais espaço em alguns portfólios, de olho em um cenário de manutenção da Selic.

Os investimentos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação já vinham precificando, nos últimos meses, a expectativa do mercado com o fim do ciclo de alta de juros.

Porém, além de papéis prefixados e atrelados ao CDI, títulos indexados à inflação seguem com espaço nas carteiras. 

Ainda que alguns títulos possam ter sido afetados pelo IPCA negativo – ou deflação – registrado em julho e agosto, o cenário continua favorável para esses tipos ativos financeiros.

Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA, afirma que tem olhado para títulos públicos com prazo um pouco mais longo, como o Tesouro IPCA+ 2035. 

Segundo ele, as taxas não vão ficar altas por muito tempo, já que o processo inflacionário será contido em algum momento. Dessa maneira, será possível obter ganhos de capital. 

Isso porque quando as taxas recuam, a expectativa é de que subam os preços pelos quais os títulos são negociados.

Além disso, uma outra vantagem é que os títulos públicos atrelados à inflação possuem os fundos de pensão como investidores assíduos, porque eles possuem meta atuarial. 

Nesse sentido, quando as taxas reais avançam demais, a indústria acaba limitando os exageros, pois há um comprador natural para os papéis, o que não ocorre em mesmo grau com papéis prefixados.

Portanto, as principais indicações nesse momento é o Tesouro IPCA+ 2035, além disso, sua carteira de investimentos também pode apostar no Tesouro IPCA+ 2026. 

A exposição ao papel mais curto, explica Queiroz, é indicada para quem deseja se proteger da inflação no curto prazo, já que títulos de menor vencimento tendem a ser menos afetados pela marcação a mercado.

Mesmo que o cenário seja complicado, se o BC não mexer mais nos juros, teremos mais espaço para trabalhar com os problemas do mercado internacional.

Por Fernando Américo, redator de criptomoedas, mercado digital e empreendedorismo. Entusiasta do mundo cripto desde 2015, também fundou a agência oniuan.com. | LinkedIn

Escrito por: Guia do Investidor 

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