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Vale a pena fazer um consórcio para compra de carro?

O consórcio é uma opção de financiamento bastante comum. Sem juros, a alternativa costuma ser mais barata que financiamentos bancários, o que atrai cada vez mais consumidores, que buscam crédito para a compra dos mais variados bens. Um deles é o carro: só nos primeiros sete meses de 2017, foram 614,1 mil novas cotas deste tipo vendidas no país. Mas será que o consórcio para a compra de carro realmente vale a pena?

O que é consórcio?

O consórcio é um sistema de financiamento que funciona por meio de um fundo comum. Consumidores interessados em um mesmo tipo de bem adquirem cota no consórcio, junto à uma administradora. A partir daí, eles se comprometem ao pagamento mensal de um prestação, que vai para o fundo comum. Deste fundo, a administradora passa a sortear Cartas de Crédito.

Carta de Crédito é o documento que dá ao consumidor todo o valor de que ele precisa para a compra de seu bem. Isso independentemente do número de parcelas com que ele já tenha arcado. Todo cotista receberá uma Carta entre o início e o fim de seu contrato. Após contemplado, o participante mantém o pagamento de suas parcelas, o que garante o “reabastecimento” do fundo e contemplação de outros.

Assim, um consorciado que aderiu consórcio de R$200 mil deverá pagar prestações estabelecidas em seu contrato de adesão. Em qualquer momento entre o primeiro e o último dia de seu contrato, ele poderá ser sorteado. Quando ocorrer a contemplação, então, o usuário receberá os R$200 mil que busca de crédito.

Em seguida, ele poderá utilizar os valores para a compra de bem de uma categoria específica. O consórcio engloba cinco categorias: de imóveis, automóveis, motocicletas, serviços e eletroeletrônicos. Quem adere ao plano de imóvel não pode utilizar seu crédito para compra de uma moto, mas poderá escolher entre uma casa, apartamento, terreno ou outros que se encaixem na categoria citada.

No consórcio, vários indivíduos poupam juntos, e as Cartas de Crédito entregam a cada um os montantes para compra de seu bem.

Utilizando seu crédito imediatamente após a contemplação ou não, o cotista fica obrigado a continuar o pagamento de suas prestações. Os montantes serão os responsáveis por garantir outros sorteios, além de quitarem a dívida do consumidor com a administradora. Afinal de contas, o consumidor precisará contribuir ao fundo com os R$200 mil que recebeu. Como as parcelas são leves ao bolso, e o crédito pode ser concedido rapidamente, entretanto, o investimento se torna mais fácil.

O sorteio de um consórcio é realizado por meio de globos giratórios, normalmente uma vez por mês. Todo consorciado em dia com suas parcelas pode concorrer à Carta do período. Para aquele que quiser competir com pouco mais de vantagem, há ainda uma alternativa: o lance.

O lance é a oferta de antecipação do pagamento de parcelas. Como em um leilão, os participantes do plano consorcial oferecem valores específicos, e o melhor “ganha” a Carta que seria sorteada. O participante contemplado, então, paga as parcelas acertadas antecipadamente. Logo, ele deverá à administradora apenas o que restar das parcelas não quitadas.

Consórcio é bom?

Via de regra, o consórcio só vale a pena para bens de grande valor, como imóveis e veículos. Para motocicletas, por exemplo, o financiamento não vale à pena. Esta particularidade deve-se ao longo período de pagamento de um consórcio, que é de alguns anos, e ao reajuste das parcelas.

O objetivo do consórcio é garantir que, a qualquer momento em que seja sorteado, o consumidor terá poder de compra. Assim, durante o período de pagamento das prestações, o valor estimado do bem pretendido pelo grupo pode aumentar, o que obrigará a administradora a subir o valor da parcela mensal.

Como é dividido por todo o grupo, o reajuste não é pesado ao bolso, mas pode não ser vantajoso em caso de propriedades mais baratas. Assim, uma motocicleta pode ter seu valor alterado algumas vezes, e o reajuste tornaria a poupança por conta própria mais barata. Assim, quando é possível economizar os valores sozinho, para um bem “menor”, é mais indicado que o consumidor o faça.

Consórcio para carro

Para um bem maior como um veículo, no entanto, o consórcio vale a pena. Primeiro, pelo próprio reajuste. Enquanto a economia por conta própria poderia adiar a compra, o reajuste automático pela administradora agiliza esse processo e garante poder de compra.

Outra vantagem é o crédito rápido. A poupança comum pode levar muitos anos, enquanto o consumidor que adere a um plano consorcial fica sujeito ao crédito a qualquer novo sorteio.

Por último, o consórcio de carros é barato, pois não cobra juros do consumidor. A taxa é uma das principais “vilãs” em outros tipos de financiamento, e pode até dobrar o valor do bem comprado.

O consórcio de carro vale a pena porque o bem é de grande valor, diferente de motocicletas, por exemplo.

Nesta alternativa, porém, a taxa extra cobrada chama-se “taxa de administração”, e apenas remunera a administradora por seus serviços de gerenciamento. Desta forma, ela é mais baixa. Citando financiamentos bancários, os encargos podem chegar a até 1% ao mês. No consórcio, a taxa não costuma atingir 0,1% mensal.

Fora estas, algumas administradoras podem cobrar a Taxa de Fundo Reserva, que ajuda a cobrir o fundo em caso de inadimplência de algum participante. Há também aquelas que solicitam taxa de seguro, para garantia de pagamento do débito em qualquer situação.

Seja qual for a operadora escolhida, é essencial que ela seja autorizada pelo Banco Central do Brasil. O BC é a instituição responsável pela regulamentação e fiscalização de operações financeiras no país. Em seu site, há lista com nome das administradoras autorizadas a oferecer consórcio, e apenas estas devem ser consideradas para um plano.

Caso contrário, você pode estar aderindo ao chamado consórcio informal. A “modalidade” é realizada na junção de um grupo de amigos, família ou conhecidos, ou ainda pela compra de uma cota em uma empresa que não tem permissão para atuar. Habitualmente, este tipo de consórcio traz mais problemas que benefícios, uma vez que não tem regulamentação nem respeita o Código de Defesa do Consumidor.

Está esperando o que para aderir a um consórcio e comprar o seu veículo? Se você é daqueles que gosta de sempre ter o carro do ano, o financiamento é também ideal, já que demora algum tempo para liberar o crédito. Procure uma boa administradora e comece seu investimento!

Redação Juros Baixos

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