Ao depositar seu dinheiro no banco, um consumidor “empresta-o” à instituição. Isso significa que os valores não ficam parados em conta.
Em vez disso, a empresa utiliza os montantes para fazer suas próprias aplicações, obtendo lucro.
Devido a essas aplicações, é incomum que o banco possua dinheiro em caixa. Em alguns casos, contudo, ele precisa contar com ativos imediatos, para equilibrar suas contas, permitir o saque por correntistas e mais.
É neste momento que a financeira adere a um Certificado de Depósito Interbancário, fazendo um empréstimo imediato com outra financeira.
Graças ao Certificado, o mercado encontra boa fluidez de montantes. Evitando que o dinheiro fique parado, os bancos geralmente conseguem encerrar o dia com saldos positivos.
Um empréstimo deste tipo funciona como o empréstimo que os bancos fazem aos consumidores. Isso significa que também é cobrado juros da financeira creditada, de modo que a instituição credora obtenha lucro com a transação.
A taxa média dos juros, neste caso, é conhecida como CDI over, ou DI over (Taxa dos Depósitos Interbancários).
De modo geral, a taxa DI over é calculada pela Cetip (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos) e costuma ficar próxima à Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia).
Calculada com base nas operações de emissão de depósitos entre bancos pré-fixados, a taxa do CDI representa as condições de liquidez do mercado. A taxa do CDI tem como característica acompanhar de perto a variação da taxa Selic, a taxa básica de juros do país. Tanto a taxa do CDI quanto a Selic são estabelecidas diariamente.
A taxa DI é utilizada como referencial para outras taxas praticadas pelas instituições financeiras.
Isso significa, por exemplo, que vários investimentos feitos pelo consumidor podem ter como base a taxa DI.
Isso inclui os CDBs (Certificado de Depósito Bancário), os RDBs (Recibo de Depósito Bancário), as LCAs (Letras de Créditos de Agronegócios) e mais.
Por meio do Certificado de Depósito Interbancário, banco e consumidor também podem ter noção mais clara sobre o rendimento de uma aplicação.
Especialmente considerando as que possuem renda fixa. Juntos, especialista e investidor podem verificar se o investimento será rentável ou não, tendo como base a taxa e o custo de oportunidade dos participantes do mercado.
Para aplicar com base no CDI, é interessante que o consumidor converse diretamente com o gerente de seu banco e entenda a especificações do seu caso.
Normalmente, esse rendimento é expressado em porcentagem em relação à DI. Diz-se, por exemplo, que haverá rendimento de 102% do CDI, ou então 85% do DI.
Toda essa referência ocorre porque a taxa CDI mostra o custo do dinheiro no mercado. Quanto um banco paga pelo dinheiro, ao obtê-lo emprestado?
Assim, os valores servem como um ótimo termômetro para os rendimentos, já que os bancos podem definir quanto oferecer de rendimento, mas ainda mantendo seu lucro em dia.
O CDI é uma taxa de juros para operações de curto prazo, no entanto, tornou-se referência para várias operações financeiras.
É importante ter em mente que quanto mais baixa estiver a taxa do CDI, mais barato estará o dinheiro que circula no mercado. Esta situação faz com que a rentabilidade dos investimentos em renda fixa, alguns dos mais conservadores do mercado, também caia.
Isso porque quem tem dinheiro investido em aplicações do tipo tem sua rentabilidade atrelada ao CDI, já que a quantia aplicada rende o equivalente a uma parcela dessa taxa de juros. Para alcançar um ganho melhor em suas aplicações de renda fixa, o recomendado é negociar o rendimento para suas aplicações acima de 90% do CDI, no mínimo.
Apesar da rentabilidade dos investimentos que tem a taxa do CDI como parâmetro estar sofrendo uma queda, é essencial saber que o rendimento da aplicação cresce proporcionalmente ao valor aplicado e ao prazo do depósito.
Quem investe mais de R$ 5 mil já consegue taxas melhores em comparação com outros investimentos conservadores, como a poupança. Para não perder dinheiro é sempre importante acompanhar indicadores.
Normalmente, quando se diz que um CDB, LCA ou LCI pagam, digamos, 100% do CDI, é porque o banco que emitiu um papel de renda fixa promete ao investidor que vai pagar uma porcentagem do CDI.
Se eles dizem que vão pagar 110% do CDI, significa que vão remunerar você em 10% a mais do que eles pagam a outros bancos quando tomam dinheiro emprestado.
Por exemplo, há um CDB do Banco Máxima hoje que paga 116% do CDI; um do banco Modal rende 114%. Isso significa que essas instituições se comprometem a dar ao investidor essa remuneração.
Se não pagarem, estarão dando um calote. Esta forma de divulgar a rentabilidade de um investimento é muito clara e transparente.
Porém, o que tem acontecido cada vez mais é as empresas anunciarem investimentos de renda variável tomando como base o CDI.
Por exemplo, elas dizem: “Nossa carteira rendeu 146% do CDI”. E quando você vai ver, a tal da carteira está cheia de ações ou de outros ativos que não são referenciados ao CDI.
Sempre que você ver uma propaganda de um produto de investimento que renda acima de 120% do CDI, veja se é de renda fixa ou renda variável.
E se for de renda fixa, confira se o ativo é referenciado ao CDI, ou seja, se ele tem o compromisso de pagar uma porcentagem do CDI.
Se não tiver, quer dizer que é ruim? Não necessariamente! Quer dizer apenas que ele pode render mais ou menos do que os “x” por cento do CDI anunciados.
O que não pode é investir em um papel que não é referenciado ao CDI achando que ele vai garantir uma remuneração de “x” por cento do CDI. Se for entrar na renda variável ou em outros ativos, é bom fazer isso conscientemente, sabendo das vantagens e dos riscos.
Esses papéis podem ser bons para você, sim, mas isso depende dos seus objetivos financeiros e da sua disposição a correr riscos.
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