O método dos potes é uma técnica específica para organizar e gerir as receitas e despesas pessoais, ou seja, serve para colocar em ordem os recursos que entram e saem de maneira simples e objetiva.
As despesas são agrupadas em categorias e é destinado um pote para cada categoria, de modo que a verba recebida (receita) seja dividida entre os potes, de acordo com os gastos mensais que a pessoa tem.
Quando, por exemplo, acabar a verba do pote de lazer, não será permitido usar recursos de nenhum outro pote e a pessoa deverá aguardar até o próximo pagamento para poder gastar com lazer novamente.
Esse processo permite entender quais são as categorias de despesas que estão demandando mais e menos dinheiro do orçamento, tomar as medidas necessárias para evitar perdas e planejar investimentos.
Alguns especialistas preferem trocar o termo “pote” por “envelope” ou “cofrinho”, mas isso pouco importa, já que são termos apenas com fins didáticos.
Vivemos em um mundo cada vez mais digital e a divisão física do dinheiro em potes, envelopes ou cofres é pouco prática, sendo muito mais conveniente fazer uso de anotações, planilhas eletrônicas ou até mesmo aplicativos. O que vale é a ideia de dividir adequadamente os gastos em categorias e gastar apenas o que foi pré-determinado para aquele fim.
Toda pessoa que deseja organizar melhor sua vida financeira pode fazer uso desse método, mas ele é especialmente recomendado para aquelas que têm dificuldade em seguir rotinas. A divisão do dinheiro em “potes” cria a disciplina de acompanhar os gastos de perto para que o valor destinado a um fim não extrapole o que foi planejado inicialmente.
Se for seguido à risca, o Método dos Potes propicia melhores escolhas de consumo e a chance de contrair dívidas diminui.
Os pais que querem dar maior autonomia e responsabilidade aos seus filhos podem fazer uso dos “potes”, pois crianças e adolescentes são perfis que se encaixam perfeitamente no objetivo desse método.
A verba que é destinada aos menores pode ser dividida em categorias como alimentação (lanches e guloseimas), lazer (brinquedos, passeios e festas) e compras futuras (bicicleta, videogame etc.) assim, se o jovem gastou todo o dinheiro de um “pote” antes do final do mês, terá que desenvolver a paciência e abrir mão de suas vontades até que um novo repasse de dinheiro venha através dos pais.
Crianças menores, que ainda não têm acesso aos meios de pagamento digitais, podem aprender melhor sobre o método através de estímulos visuais. Portanto, nesse caso específico, é fundamental que existam sim os potes, envelopes ou cofrinhos que os pagamentos dos pais sejam feitos em espécie. Isso faz com que elas percebam a consequência das suas atitudes de consumo, através do volume de dinheiro que fica em cada recipiente ao longo do mês.
Antes de mais nada é necessário fazer um levantamento minucioso das receitas e das despesas, anotando cada gasto em detalhes, em seguida vem a divisão da verba das receitas para cada categoria. Não há padronização em relação à quantidade de potes (ou categorias de despesas) a serem adotados, tem profissionais que recomendam apenas 3 potes agrupando um maior número de despesas em uma mesma categoria e outros preferem a divisão de forma mais específica, com mais “potes” à disposição.
Para facilitar o entendimento do método, vamos abordar 4 categorias de despesas divididas em potes distintos:
Aqui devem ser colocados os gastos com as necessidades básicas, ou seja, contas de consumo (energia elétrica, água, gás etc.), supermercado, impostos, aluguel, condomínio, transporte etc.
Para o pote dessas contas fixas devemos separar cerca de 55% do valor do salário, isto é, pouco mais da metade da receita do mês deve ser destinada aos pagamentos essenciais.
A categoria deve receber aproximadamente 20% da receita mensal que serão reservados para bancar os momentos e situações que não são corriqueiros. Aqui estamos falando de passeios, restaurantes, compras ocasionais (vestuário, eletrônicos, hobbys) e presentes em datas especiais.
Apesar de não serem gastos essenciais, eles são muito importantes para manter o equilíbrio físico e mental e não devem ser ignorados de maneira alguma.
Esse pote também é extremamente importante, pois serve para resguardar a pessoa ou família no caso de imprevistos que exigem dinheiro.
Situações inesperadas como problemas de saúde, acidentes de trânsito, processos judiciais e desemprego podem surgir de repente e quem possui uma reserva financeira consegue passar por esses momentos com menos preocupação e sem precisar fazer dívidas.
Para chegar ao montante ideal é recomendado colocar nesse pote 15% da renda todo mês, até que se alcance o equivalente a 6 meses do valor total de despesas (uma pessoa que gasta mensalmente R$ 3 mil somando todas as categorias deve abastecer esse pote até que ele tenha R$ 18 mil).
Após atingir o valor total da reserva, a pessoa pode parar de abastecer esse pote e, nos meses subsequentes, realocar os 15% em outros potes que demandem mais recursos.
Os objetivos e sonhos de médio e longo prazo poderão ser alcançados com um esforço mensal equivalente a 10% da receita depositados nesse pote. Viagens internacionais, compra de imóvel ou automóvel, faculdade dos filhos e muitas outras metas de alto valor agregado fazem parte dessa categoria.
Mas, para que os valores desse pote se multipliquem ao longo do tempo, existem duas premissas básicas: o dinheiro acumulado nesse pote não deve ser utilizado para outros fins e ele não deve ficar simplesmente “parado” no pote (ou conta corrente), mas ser aplicado em um investimento que atenda ao perfil do poupador.
Para criar e desenvolver o hábito de poupar sugerimos o desafio do pote por 52 semanas. Ele testará sua capacidade de manter a disciplina e a motivação em busca de uma vida financeira melhor.
O desafio consiste na aplicação gradativa de valores em cada um dos potes, com frequência semanal. Na primeira semana deve ser aplicado R$ 1,00 em cada pote, na segunda semana R$2,00 por pote e assim por diante até que na 52ª semana o valor a ser depositado em cada pote seja R$ 52,00.
Se você tiver regularidade e determinação, chegará ao final do desafio com R$ 1.378,00 em cada um dos potes. Parece pouco, mas o intuito do desafio não é enriquecer e sim trabalhar questões comportamentais que são prioridade para quem deseja alcançar uma vida mais próspera.
O Método dos Potes pode ajudar na melhoria do fluxo de dinheiro, aumentar a percepção sobre gastos desnecessários e reduzir a chance de inadimplência. Ele pode facilmente ser adaptado para a realidade de cada pessoa, não sendo necessário seguir à risca as categorias e nomes dos potes aqui exemplificados.
O que realmente conta é o resultado que ele traz à vida financeira das pessoas que têm dificuldade em administrar seus recursos, aumentar o patrimônio e ficar longe das dívidas, desde que seguido com disciplina, regularidade e atenção.
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